• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Com manejo integrado de pragas, ataque de Helicoverpa é 60,0% menor nesta safra


Quarta-feira, 2 de abril de 2014 - 09h07

Os fatores clima e o ataque de outras pragas dificultam a avaliação sobre o tamanho do prejuízo com a Helicoverpa armigera na safra 2013/2014, mas os especialistas apontam uma redução de pelo menos 60% nos danos causados pela lagarta em relação ao período 2012/2013.


O resultado positivo é consequência de uma mudança de comportamento do produtor rural. Com medo de perder a produção e sem a liberação de defensivos como o benzoato de emamectina, o agricultor encontrou no manejo integrado de pragas a solução.


Quando surgiu, atacando a safra 2012/2013, a lagarta Helicoverpa armigera foi motivo de pânico entre os produtores rurais.


- Nós tínhamos gasto todo o defensivo para lagarta que era para soja e para o algodão e tivemos que entrar no mercado comprando porque não estávamos nem na metade e ainda tinha todo o algodão. Acabou que um custo de US$300,0 mil foi parar em quase US$600,0 - afirmou o produtor Rony Reimann.


Ele foi obrigado a adaptar suas práticas no campo, para ficar mais preparado para o combate à praga. O manejo integrado e o controle biológico vieram como salvação. Reimann usou o vírus HzNPV  quando a população de lagartas estava em 8,0% e  teve paciência. Depois de aplicar, percebeu que as lagartas continuavam comendo, mas com menos intensidade. Mas, o resultado veio quando as lagartas incharam até explodir.


- Este ano, na soja, com Helicoverpa não tivemos perdas e a nossa economia com defensivos direcionados para complexos de lagartas ficou em torno de 50,0%, isso tudo por conta do biológico e começamos a achar aranhas no meio da lavoura, coisa que não se achava mais, além de vespas que comem ovos de lagarta, enfim melhorou todo o ambiente dentro da lavoura. Não é só o fator econômico - relatou Reimann.


Até agora, os técnicos afirmam que o ataque foi 60% menor na safra 2013/2014, comparado à anterior. O resultado é consequência de uma mudança de visão dos produtores, que aprenderam que a praga não tem barreiras.


- A praga foi menos intensa porque onde há um uso menos intensivo de inseticida que mata os inimigos dela. Existem varias coisas, é uma combinação de fatores muito grande. O clima ajudou o ambiente - declarou o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Derli Santana.


- Não diminuímos o numero de aplicações advento do prolongamento do ciclo da cultura da soja ou encurtamento da safra passada, porém conseguimos variar bem mais os grupos químicos utilizados e quando houve picos de infestação conseguimos logo reduzi-los e trabalhar dentro das margens mais confortáveis - afirmou o agrônomo Rinaldo Grassi.


Na Bahia, onde a Helicoverpa armigera apareceu pela primeira vez dizimando boa parte da produção de algodão, os agricultores gastaram, nesta safra, R$600,0 milhões só em defensivos para as culturas do algodão e da soja. Uma redução de 50,0% comparando com a safra passada.


O cenário na região de Luis Eduardo Magalhães (BA) tem o que os técnicos chamam de agroecossistema favorável para a expansão da praga se não for feito o controle adequadamente.  Da divisa com Goiás até as divisas com Piauí e Maranhão, é possível caminhar pelas lavouras em uma janela produtiva que vai de outubro até julho. Por isso, a estratégia de combate deve envolver todos os produtores.


- Com o manejo que os produtores tem feito e em função de outras características que ainda não sabemos explicar, a população de pragas está abaixo do nível de dano em quase todas as regiões do país, mas ela está presente por aí e é muito importante fazermos o manejo integrado de pragas para evitar a explosão populacional - explica o pesquisador da Embrapa Sergio Abud.


A crise da Helicoverpa assustou também os órgãos de controle de produtos químicos do governo. Agora, novos casos semelhantes, devem ter ações mais rápidas.


- Nossa legislação precisou ser aperfeiçoada para poder atender a essa situação de emergência que vivemos no ano passado. A interação entre o Ministério da Agricultura com os órgãos estaduais foi fundamental. Sem a perseverança e a forma de agir da Agência Estadual da Bahia não teríamos conseguido controlar essa praga do jeito que foi controlado - afirmou o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Luiz Eduardo Rangel.


Fonte: Canal Rural. 1 de abril de 2014.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja